Homenageados no Prêmio Paulo Freire
Mia Couto
António EmÃlio Leite Couto é biólogo e escritor moçambicano. Além de considerado um dos autores mais importantes de seu paÃs, é a personalidade mais traduzida de Moçambique. Possui uma expressão absolutamente única, bastante original, escreve e descreve as próprias raÃzes do mundo. Foi fundador de uma empresa de estudos ambientais da qual é colaborador. É, também, consultor da Organização das Nações Unidas (ONU) e tem contribuÃdo com a visibilidade mundial do povo africano.
Valdelice Veron
Valdelice Veron é indÃgena, professora e filha de uma das tantas lideranças assassinadas no Mato Grosso do Sul. É filha do cacique Marcos Veron, que foi assassinado em janeiro de 2003 durante uma ação entre os órgãos do governo e os pistoleiros da região. Ela continua falando com emoção do atual sofrimento dos povos indÃgenas no estado, como se ainda falasse da morte do pai. Possui uma trajetória de vida composta por lutas incansáveis no combate à violência praticada contra os povos indÃgenas, sobretudo os da etnia Guarani-Kaiwoá.
Paulo Vannuchi
Paulo de Tarso Vannuchi nasceu em São Paulo, é jornalista e mestre em ciência polÃtica. Foi preso polÃtico pelo governo militar e é o principal responsável pelo Plano Nacional de Direitos Humanos que, entre outras coisas, defende a instituição da Comissão da Verdade, para investigar crimes cometidos pela ditadura. Sua militância começou antes, em 1975, quando foi signatário de um dossiê entregue à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre a tortura praticada no regime militar e os assassinatos cometidos desde a sua instalação. No inÃcio dos anos 80, participou da elaboração do livro Brasil Nunca Mais, um compêndio sobre os abusos da repressão. Ocupou o cargo de Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República de dezembro de 2005 a dezembro de 2010.
Rigoberta Menchú
IndÃgena do grupo Quiché-Maia, Rigoberta Menchú é ativista dos direitos humanos da Guatemala. Sua infância e juventude foram marcadas pela pobreza, discriminação racial e a violenta repressão pelas classes dominantes guatemaltecas. Teve vários membros da famÃlia torturados e assassinados por militares e "esquadrões da morte". Ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1992, pela campanha em prol dos direitos humanos, especialmente a favor dos povos indÃgenas.
Ariano Suassuna
Ariano Vilar Suassuna é advogado, professor, teatrólogo e romancista. Desde 1990 ocupa a cadeira número 32 da Academia Brasileira de Letras. Começou a escrever em 1943, quando ainda era do colégio, e suas obras literárias são voltadas para a recuperação das raÃzes históricas do Nordeste. Sua obra mais conhecida, Auto da Compadecida (1955), que lhe garantiu o reconhecimento como um dos maiores dramaturgos brasileiros. Suassuna está concorrendo ao Prêmio Nobel de Literatura deste ano.
Dona Dijé
Descendente de escravos, Maria de Jesus Ferreira Bringelo, quebradeira de coco do Maranhão, é um exemplo de como a participação e a organização comunitária faz diferença na conquista pelos direitos do cidadão. Atua há 17 anos em prol da identidade das trabalhadoras na mesma situação. É uma das fundadoras do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu.
Mino Carta
Demetrio Giuliano Gianni Carta é jornalista, escritor e pintor. Nasceu em Gênova, Itália, mas veio para o Brasil em 1946, com 13 anos. Teve sua cabeça rifada, a pedido do governo militar, a quem incomodava por escrever matérias envolvendo os governantes da época. Fundou o Jornal da Tarde e o Jornal da República, além das revistas Istoé, Veja, Quatro Rodas e Carta Capital, onde, hoje, é editor.
Manoel de Barros
Manoel Wenceslau Leite de Barros nasceu em Cuiabá, Mato Grosso, em 1916. É advogado, fazendeiro e poeta. Foi laureado várias vezes, duas delas com o Prêmio Jabuti, o mais importante prêmio literário do Brasil. Representa a literatura brasileira e retrata muito bem as riquezas do PaÃs.
Kenarik Boujikian
A desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo, Kenarik Boujikian Felippe é a única mulher dentre os 31 juÃzes titulares de Vara Criminal Central em São Paulo e uma das diretoras da Associação de JuÃzes para a Democracia – grupo atuante na avaliação crÃtica do Poder Judiciário, defesa dos valores próprios do Estado Democrático de Direito, resgate do serviço público e defesa abrangente da dignidade da pessoa humana. Participa do Grupo de Estudos e Trabalho Mulheres Encarceradas, que luta para incluir a questão de gênero nas discussões sobre o sistema penitenciário.
Dom Pedro Casaldáliga
O bispo católico Dom Pedro Casaldáliga nasceu na Espanha, em 1928. Em 1968, mudou-se para o Brasil. Lutou contra a tortura durante o governo militar, tornando-se alvo de cinco processos de expulsão do Brasil. Em 1971, nomearam-no bispo da prelazia amazônica de São Félix do Araguaia. A partir de então, milita em prol dos indÃgenas da região e, por isso, recebeu inúmeras ameaças de morte pela sua atuação contra os latifundiários que devastam a área. É fundador da Comissão Pastoral da Terra e do Conselho Indigenista Missionário.
Marcelo Paixão
Professor de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Marcelo luta há anos contra questões de desigualdade racial - da educação, ao mundo dos negócios. Trabalha, junto de sua equipe, em um espaço especializado no assunto: Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e EstatÃsticas das Relações Raciais (Laeser). Além das aulas e pesquisas, participa de ONGs e entidades que atuam na área, como é o caso do Observatório Afrobrasileiro, do qual é coordenador.
Carlos Ayres Britto
É poeta, acadêmico, professor, magistrado e jurista brasileiro. Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Sergipe em 1962, obtendo o diploma de Bacharel em 1966. A partir de 1967, passou a militar na advocacia. Participou, como sócio fundador, do Instituto de Defesa das Instituições Democráticas (IDID), da Associação Brasileira de Constitucionalistas Democratas (ABCD), entre outras iniciativas envolvendo Direito e Constituição. É o atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Também é autor de diversas obras jurÃdicas e de poesia e compõe a Academia Sergipana de Letras.
JanaÃna Oliveira
Conhecida como Re.Fem, que significa Revolta Feminina, a rapper feminista também é cineasta e ativista dos movimentos de mulheres e de juventude negra. Em 2010 ganhou o 1º Prêmio Cultura Hip Hop pelo seu trabalho de transmissão de conhecimento realizado no Brasil. JanaÃna trabalha em comunidade para lutar na violência contra a mulher e acredita na igualdade dos direitos femininos no Brasil e no mundo.
LetÃcia Sabatella
Mineira, nascida em 1972, em Belo Horizonte, a atriz brasileira ficou conhecida nacionalmente não só por participações em telenovelas, mas também por sua intensa atuação polÃtica na defesa dos direitos humanos. Seu engajamento se tornou tão forte que chegou a conviver com os Ãndios Craós, em Tocantins, quando uma das mulheres da tribo a adotou como filha, conforme manda o ritual de integração à comunidade. Além disso, participa de uma série de entidades e é presença constante em fóruns, onde levanta a voz em defesa da cidadania e do meio ambiente.
