Proteção além do berço

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Gestantes vulneráveis são acolhidas e recebem assistência em CRAS da Bahia

Muitas são as gestantes no Brasil com algum tipo de vulnerabilidade social, seja decorrente da pobreza, de conflito familiar ou de pouco suporte social. Mas é possível que algumas destas mulheres tenham seus vínculos fortalecidos, graças a uma iniciativa realizada na Unidade Pública Centro de Referência Social Maria de Lourdes Ramos da Silva (CRAS) , em Coaraci, na Bahia.

Trata-se do projeto Mamãe Cidadã, que tem como objetivo proporcionar um espaço de discussão e de expressão das vivências da maternidade, favorecendo o fortalecimento dos vínculos das gestantes, do casal e da mãe com o bebê.

As gestantes inscritas no projeto – cerca de 20 até o 4º mês de gestação - participam semanalmente de atividades e oficinas no CRAS, que buscam atender suas demandas e necessidades, além de receberem assistência psicossocial e material.

O projeto será apresentado na 2ª Mostra Nacional de Práticas em Psicologia, nos dias 20 a 22 de setembro, em São Paulo (SP). “O Mamãe Cidadã é um trabalho de prevenção e proteção que visa resultados de longo prazo. Levar este trabalho à 2ª Mostra será muito
útil para a divulgação da Psicologia nas políticas públicas e na atuação de políticas de assistência social”, acredita a psicóloga e autora do projeto, Ana Caroline Moura. A equipe responsável pela iniciativa - feita em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde - engloba ainda uma assistente social, uma pedagoga e uma representante da coordenação da equipe técnica do CRAS.

Segundo Ana Caroline, o projeto é útil não só aos psicólogos, mas à sociedade em geral: “para os psicólogos é um trabalho muito relevante, pois faz uma intervenção social na relação mãe-bebê e atua na formação psíquica da mãe. Aos não-psicólogos também,
por ser uma ação de proteção social básica”.

Atividades

As palestras e dinâmicas do projeto são divididas em quatro módulos: mulher, gestação, maternidade e cidadania. Cada gestante, uma vez vinculada ao projeto, recebe desde o primeiro mês até três meses após o parto uma cesta básica de acordo as necessidades nutricionais do período, além de enxoval, um Kit Mãe e acompanhamento por meio de visita domiciliar uma vez por mês durante os três primeiros meses após o parto.

Um fato interessante, segundo Ana Caroline, são os depoimentos das gestantes que não são mães pela primeira vez: “elas sentem e falam da diferença, esclarecem os mitos, ficam mais saudáveis e potencializam o exercício da maternidade”, conta. “Temos como
resultado a prevenção de risco no período da gestação e no parto”, complementa.

Cerca de 90% das gestantes atendidas com a proposta a avaliaram positivamente para a sua vida.

A reprodução das notícias é autorizada desde que seja citada a fonte: Conselho Federal de Psicologia.

4 Comments

  1. @SYaracy says:

    fico feliz porque descubro que não sigo sozinha...como enfermeira , em pernambuco, sou responsável pelas palestras do pré-natal de risco e organizo as palestras no meu trabalho, dando enfoque aos sinais e sintomas de risco, aspéctos de cidadania, AME e cuidados com o filho

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  2. ROBERTA says:

    Muito interessante a proposta do CRAS supracitado, já tive uma experiência no NASF em Aracatu com um grupo de gestantes que era conduzido por uma psicóloga, uma nutricionista, educador físico e uma enfermeira e abordávamos os aspectos físicos e psicológicos do processo de gestação, alimentação da gestante e a importancia da amamentação,os cuidados com o recém nascido, a construção do vínculo, sexo e sexualidade. Acredito que a parceria do CRAS com a Saúde ampliará o cuidado. Parabéns.

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  3. Sarah jane says:

    Parabéns pelo trabalho realizado que com certeza, como resultado indireto, vai influenciar na redução da mortalidade materno-infantil, um problema ainda muito sério em nosso país.

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