Percepção corporal em pacientes com transtornos mentais
“O desenvolvimento da percepção corporal aproxima o paciente de um mundo com múltiplas possibilidades, onde o foco se expande além da doença e do lugar em que ele se encontra. Ela ajuda em seu dia a dia, auxiliando para uma maior recuperação do prazer, da própria percepção corporal, do contato, da vida”, destaca a psicóloga Cornélia Rossi, sobre o trabalho que será apresentado por ela na 2ª Mostra Nacional de Práticas de Psicologia, em setembro, na capital paulista.
O Pôster “Oficina de Percepção Corporal para Pacientes com Transtornos Mentais” mostrará a pesquisa realizada com pacientes internados temporariamente na Casa de Saúde Nossa Senhora de Fátima, em Pirituba, na grande São Paulo. A pesquisa compreende a observação do efeito de atividades com foco na recuperação ou no desenvolvimento de percepções corporais.
Segundo a psicóloga, que já trabalhou com a prática nos próprios consultórios, essa percepção é de extrema importância para os pacientes com transtorno mentais. “Muitos deles, em especial aqueles com internação temporária, descuidam da aparência como se ignorassem o corpo. Outros têm uma relação irreal com o corpo, como se este e mente fossem entidades separadas, o que atrapalha muito na recuperação deles”, destacou.
Para a autora do projeto, compartilhar esse trabalho na 2ª Mostra é de extrema importância para a psicologia brasileira, pois, segundo ela, a percepção corporal deve ganhar espaço seja em consultórios ou em hospitais. Nos consultórios, ela explica que “a percepção corporal pode ser desenvolvida mais facilmente por trabalhar individualmente”. Ainda de acordo com Cornélia, nesses ambientes “é possível desenvolver uma maior variedade de estímulos, explorando mais as sensações, tanto do ponto de vista sensorial como verbal”. Nos hospitais, ela destaca que a prática pode ser trabalhada por meio de grupos, explorando a heterogeneidade.
Na Mostra, o trabalho apresentará algumas formas de exercitar a percepção corporal em pacientes com transtornos mentais. O pôster abordará as áreas de psicologia hospitalar, psicossomática, entre outras. Cornélia Rossi tem pós-graduação em Rolfing (Terapia Corporal de Integração Estrutural) e em Somatic Experience (Experiência Somática, Percepção Somática) e trabalha há dez anos como terapeuta corporal, com abordagens como distúrbios físicos, dor crônica e Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT).
Inscreva-se
Se você tem um projeto interessante de práticas em Psicologia que acredita ser importante compartilhar com os colegas de profissão, ainda dá tempo de se inscrever na 2ª Mostra Nacional de Práticas em Psicologia, acessando aqui. As inscrições ocorrerão até o dia 31 de maio.